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02
Hecatombe
Estou saindo de casa.
Ficam as memórias empilhadas dentro do armário
Ao lado dos jogos de tabuleiro e traumas
A boneca também fica. Testemunha ocular. Primeiro divã.
Os sonhos eu levo. Junto à cicatriz no joelho. Culpa da bicicleta.
Coloco o tempo nas costas. Nele, a carta de alforria de certas dores
Outras tantas seguem calcificadas comigo
Vestidos de aniversário que o corpo não mais comporta
Agora jazem estáticos no cabide
Escombros de lembranças ao som das palmas
“É hora, é hora”
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